Um poema para a Galiza
que a sombra recai ausente
sobre a ausência dos caídos
são tão leves as nossas penas
e no entanto a alma acanha-se
ao mínimo suspiro
pois sabemos
ainda que o não queiramos crer
que a saudade
a lembrança
o abraço agarimoso do mito ausente
a derradeira esperança dessa voz amiga
agacham-se inertes
sob o peso do tempo e da distância
que entre nós supomos
é de fentos o poema
como de fentos é essa ausência